Polícia Federal recolheu computadores, documentos, carteiras de trabalho e pendrives (Foto: Gabriela Correia/iFronteira) |
A investigação, que durou cerca de dois anos, foi iniciada pela
Polícia Civil de Teodoro Sampaio, que logo encaminhou o caso à PF. A
ação localizou 11 empresas, dentre elas algumas inexistentes. “A maioria
era registrada como livraria, loja de confecção. Algumas não existiam.
Houve casos de chegarmos no endereço e ter apenas uma construção vazia”,
informou Carrer.
Segundo o delegado, eles usavam "laranjas" como funcionários
contratados dessas empresas de fachada e, depois, os demitiam e recebiam
o seguro-desemprego. As falsas contratações e demissões eram realizadas
com o conhecimento do suposto funcionário, como explica Carrer. Eles
emprestavam seus dados aos estelionatários e, em troca, recebiam um
pagamento. “Ao final das investigações, identificamos 142 casos
suspeitos de serem falsos beneficiários, todos laranjas”, aponta.
As investigações apontaram que as parcelas dos seguros eram recebidas
apenas pelos donos das empresas. “Eles se tornavam empregados do
seguro, alguns recebiam parcelas desde 2008”, relata o delegado.
Algumas da empresas existentes possuíam, no mesmo endereço, quatro
estabelecimentos registrados. “Algumas dessas empresas, que eram
modestas, tinham um quadro de funcionários grande, algumas até com 25
empregados, todos com salários altos”, divulgou Carrer.
Ele exemplificou ainda o caso de cargos como o de auxiliar geral, que
deveria ter em média o salário de R$ 600 a R$ 700, mas, com a fraude,
chegava a R$ 1.400. “Eles colocavam salários altos para que as parcelas
do seguro fossem altas.”
Os perfis dos bandidos que aplicavam o golpe eram de nível médio, sem
nenhuma formação. “Eles descobriram este filão e passaram a aplicar o
estelionato”, pontua o delegado da PF.
Foram cinco mandados de prisão temporária expedidos e quatro deles cumpridos: foram três homens detidos e encaminhados para a Cadeia Pública de Presidente Venceslau, e uma mulher, levada para Cadeia Feminina de Adamantina. Um homem ainda está foragido.
Foram cinco mandados de prisão temporária expedidos e quatro deles cumpridos: foram três homens detidos e encaminhados para a Cadeia Pública de Presidente Venceslau, e uma mulher, levada para Cadeia Feminina de Adamantina. Um homem ainda está foragido.
Além disso, com mandado de busca e apreensão a PF recolheu computadores, documentos, carteiras de trabalho e pendrives.
Os nomes das empresas não foram revelados, pois, de acordo com o
delegado da Polícia Federal, os casos da fraude ainda estão em
investigação.
Requerimento de seguro
O delegado explicou ainda sobre o processo dos protocolos dos
requerimentos de seguro-desemprego. Segundo ele, vários órgãos podem
fazer o procedimento, como, por exemplo, Prefeitura ou sindicatos. No
entanto, uma consulta sobre a empresa e empregado deveria ter sido
realizada através de uma triagem.
No caso de Teodoro Sampaio, quem protocolava os requerimentos era o
posto de atendimento do Sistema Nacional de Emprego (Sine) da cidade.
Para investigar uma possível coação do agente responsável pelos
requerimentos, um mandado de condução coercitiva foi cumprido e o
profissional teve de depôr sobre o caso na Delegacia da Polícia Federal
em Prudente.Fonte: iFronteira
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