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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

População se revolta com o aumento para dezenove vereadores


Maioria dos entrevistados repudia elevação no número de cadeiras e o reajuste de salários


Após a votação de anteontem na Câmara, que fixou em 19 o número de vereadores e os salários em 35% do subsídio de um deputado estadual e em 50% para a presidência da Câmara, os gastos previsíveis para atender o Projeto de Resolução 30/15, aprovado por oito votos a quatro, subirão, no mínimo, em 113%. Como os salários dos vereadores são atrelados aos dos deputados estaduais, atualmente cada vereador recebe R$ 4.804,28 e a presidência da Câmara R$ 6.192,18. Somados, a Câmara gasta R$ 63.843,54 mil por mês com os salários. Contando com o aumento nos subsídios concedidos aos deputados estaduais no final do ano passado, que elevou os salários para R$ 20.042,35, cada vereador prudentino receberá R$ 7.014,82 por mês. Somados ao salário da presidência da casa [R$ 10.021,17], os vereadores no mandato 2013/2016 custarão para o município aproximadamente R$ 136.287,93, ou seja, um aumento de 113%. Segundo dados da Câmara Municipal de Presidente Prudente, em agosto os vereadores de Presidente Prudente gastaram R$ 23.673,02 com reembolsos de custas gastas com combustíveis, materiais de escritório, cópias, cartuchos de tintas para impressora, correspondências, entre outros itens. O reembolso foi em média de R$ 1.821,00 para cada vereador. Caso os gastos se mantenham como os de hoje, eles poderão chegar a aproximadamente R$ 34.600,00 por mês. Para o presidente do Proderpp (Núcleo de Desenvolvimento da Região de Presidente Prudente), Álvaro Barboza, além dos altos custos para a população, a votação pelo aumento fez também com que Prudente perdesse na questão de representatividade. "Ficou uma sensação de distanciamento entre a população e o vereador. Parece que eles têm uma vida autônoma e não devem dar satisfação à população e sim aos partidos. Esse caminho é um dos principais pontos que somente temos a lamentar", disse Barboza. Uma pesquisa encomendada pela TV Fronteira ao Instituto "Evolução Pesquisa", retrata que a decisão da Câmara foi contrária à vontade dos prudentinos. Os dados apontam que 92,9% dos entrevistados entre os dias 11 e 13 de agosto de 2011 disseram que 13 vereadores são suficientes para o município e 6,1% disseram que não. Apenas 1% dos entrevistados não respondeu.

 Interesses – "A decisão da Câmara foi um marco na sua história, já que decidiu em desacordo com o desejo majoritário da opinião pública. Os vereadores e partidos que deram as costas ao povo para atenderem interesses pessoais e partidários, carregarão este fardo até as próximas eleições, quando saberão o veredicto do povo. Os vereadores que votaram contra a opinião pública se esqueceram que o povo os ‘convidou’ pelo voto a servirem na Câmara e pelo voto o povo pode ‘convidá-los’ a dela se retirar. A indignação nas ruas é tamanha que o assunto não será esquecido até outubro de 2012 [eleições], pelo contrário", destacou o advogado Samuel Sakamoto, que esteve presente durante a votação e antes dela conversou com os vereadores para que a vontade do povo fosse respeitada.Para a professora Maria José da Silva Cunha, que liderou um movimento na cidade conhecido como "Não Precisamos de Mais Vereadores", que conseguiu um abaixo-assinado com mais de 11 mil adesões de prudentinos contrários aos aumentos de salários e da quantidade de vereadores, relatou que a mudança era esperada. "A votação não foi uma novidade. Foi uma demonstração do perfil dos nossos políticos. Estamos em alerta e continuaremos trabalhando para que os vereadores que foram a favor não se reelejam", destacou Maria José.



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