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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Vitapeli pode fechar as portas por "forças ocultas"


foto: Internet
Reunião realizada na manhã desta sexta-feira (7), no Plenário da Câmara Municipal de Presidente Prudente, discutiu uma solução para o impasse vivido pela Indústria Vitapeli. Lideranças políticas, sindicais e empresários analisaram a situação da empresa que acumula R$ 60 milhões em dívidas e pode fechar as portas nos próximos meses caso não haja uma negociação com o governo estadual. O encontro foi um pedido do Sindicato dos Coureiros do Oeste e Sudoeste do Estado de São Paulo e comandado pelo vereador Douglas Kato (PV).

Os deputados estaduais Ed Thomas (PSB) e Mauro Bragato (PSDB) tentarão, ainda hoje, marcar uma audiência com o governador Geraldo Alckmin. "Já sabemos o discurso se falarmos com secretários. Já sabemos o que eles vão falar. Estamos falando do maior curtume da América Latina. Precisamos conversar com o governador para buscar uma solução. O mesmo direito que tem o JBS [grupo responsável pelo frigorífico em Presidente Epitácio] tem o Vitapeli. O JBS está sendo tratado de forma diferente", afirma o deputado Ed Thomas. Bragato foi representado pelo vice-presidente tucano em Prudente, Wilson Portela.

Segundo a empresa, as dívidas chegam a R$ 60 milhões, sendo R$ 18 milhões correspondentes a juros. Ela alega que tem a receber do Estado cerca de R$ 55 milhões em repasse de tributos fiscais. A Vitapeli, que já empregou 4 mil funcionários, atualmente mantem apenas mil postos de trabalho. Os donos não afastam a possibilidade de fechar a unidade nos próximos meses caso o governo não solucione o problema.

Multas geram entrave

De acordo com o advogado da empresa, Alfredo Vasques Junior, multas impostas pelo Estado estão travando o repasse da verba, valor que poderia sanar as dívidas do grupo. "Essas multas vão para execução fiscal e a empresa tem que oferecer garantias. A Receita quer em dinheiro e não imóveis. Como fazemos tratando-se de uma empresa em recuperação? Essas multas é o fator de impedimento para a liberação dos créditos de ICMS [Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços]", explica.

Para o empresário Nilson Riga Vitale, a questão deixou de ser jurídica e "forças ocultas" estão bloqueando a manutenção da empresa. "Reforço minha tese de perseguição. As multas são um entrave. Isso porque a justiça já derrubou a cobrança de muitas. Forças ocultas estão barrando nossos esforços. Não estamos pedindo para cancelar as multas. Queremos nos defender dessa perseguição e provar que essas multas não existem. Não temos a chance de defesa. Se o governo não pode ajudar tem que decidir e falar", reclama.

Mudança de Estado

Hoje, a folha salarial da Vitapeli gira em torno de R$ 1 milhão. Vitale aponta também a possibilidade da empresa migrar para outro Estado. "Olha, confesso que tem grande possibilidade de sairmos da região e irmos para outro Estado. Mudar uma indústria é muito complicado. A questão é se continuarmos com o apoio do governo ou tomar a decisão de fechar. A cada dia tem sido um milagre. Todo dia temos problemas de dinheiro, produção, empregados, salários. Estamos deixando de pegar pedidos do Exterior por não saber se daremos conta. O governo não libera os créditos do ICMS. Hoje a folha de pagamento está em R$ 1 milhão sem impostos", explica.

"Quando se fala em fechar a empresa é para estancar o aumento da dívida. Não quer dizer que vai resolver o problema", pontua o empresário.

Ausência de prefeitos

Da região, apenas o prefeito de Prudente, Milton Carlos de Mello (Tupã) participou do encontro. "São 9 mil pessoas dependendo da Vitapeli. As coisas estão se tornando rotina. Não vemos uma solução. Não pode passar o tempo e nada ser resolvido", diz.

O vice-prefeito de Prudente, Marcos Vinha, pediu a participação dos prefeitos da região. Segundo dados, a empresa emprega funcionários moradores de 10 cidades da região. "É a união de esforços. Se for preciso, vamos lotar ônibus com prefeitos da região e parar no Palácio dos Bandeirantes para cobrar uma atitude do governador. Nossa região tem que dar um grito urgente", afirma.
 

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