Foto: iFronteira |
O local, inaugurado em 2011, continua aberto ao público e toda a
estrutura é administrada por uma organização privada que cobra entrada
para o uso das piscinas. Mas, de acordo com a Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo (Cetesb), a construção não tem licença prévia, que é
a primeira autorização dada pelo órgão, para qualquer obra que possa
impactar o meio ambiente. Por causa das irregularidades, a companhia emitiu dois autos de advertência contra a Prefeitura de Prudente.
Segundo o secretário municipal do Meio Ambiente, Fernando Luizari, a
Prefeitura sabe que errou, por isso o prazo dado será cumprido. Ele diz
que já fez contato com a Cetesb, em São Paulo, que pediu que a
Prefeitura envie um Roteiro de Recuperação Ambiental (RRA).
“Esse RRA é longo e demanda um prazo grande. O levantamento do Parque
Aquático, as intervenções em área de preservação permanente [APPs], o
sistema de esgotamento sanitário, entre outros, exige trabalhos com uma
equipe multidisciplinar que exigirá uma licitação pública”, fala.
Além disso, de acordo com o secretário, será firmado um Termo de
Compromisso de Recuperação Ambiental (TCRA) com a Secretaria Estadual do
Meio Ambiente.
Ainda segundo ele, a lei municipal de criação da Cidade da Criança,
de 1999, que proíbe qualquer forma de exploração dos recursos naturais
do local, precisará ser alterada.
O professor de direito Florestan Rodrigo do Prado diz que o Poder
Público tem autonomia para alterar uma lei que ela mesma criou. “O poder
Legislativo tem essa possibilidade de modificação normativa quando
existirem determinados fato que levarão o legislador a alterar”,
salienta.
O professor, no entanto, fala que o município deve cumprir a própria
lei, como qualquer cidadão. “Uma norma em princípio é aplicada tanto
para o cidadão como também para a própria administração pública, que
também responde nos termos da norma do conteúdo previsto na lei”,
explica.
A população desaprova a postura do poder público. “Se eles mesmos não
estão cumprindo, fica difícil uma outra lei ser cumprida também”, fala o
gerente comercial Ronaldo Fernandes.
“A partir do momento que eles estiverem cumprindo a parte deles, eles
posdem exigir alguma coisa de alguém”, contesta a assistente
administrativa Eliana Trindade.
Além do Ministério Público do Meio Ambiente, o caso também foi
encaminhado à Promotoria da Cidadania. O promotor Hélio Perdomo Júnior
decidiu que não vai investigar o caso. Em seu parecer, ele informou que
quatro prefeitos já passaram pela administração e o problema com a
Cidade da Criança não foi resolvido até hoje. Disse ainda que muitas das
condutas irregulares estão prescritas e que houve condenações como a do
ex-prefeito Agripino Lima, pela construção do planetário.
Fonte: ifronteira.com.br
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