Quatro morreram e 28 ficaram intoxicados em acidente em curtume.
Em nota, empresa afirma que causas do acidente serão apuradas.
Funcionários estão sendo velados na capela municipal, em Bataguassu (Foto: Hélder Rafael/G1 MS)
Desde a madrugada desta quarta-feira (1º), em Bataguassu, a 335 km de Campo Grande, parentes, amigos e colegas de empresa acompanham na capela municipal o velório de dois funcionários do curtume que morreram intoxicados em acidente ocorrido na terça-feira (31). Os corpos das outras vítimas, um homem de 33 anos e outro de 21 anos, foram trasladados para Lins (SP) e Estância Velha (RS), segundo a funerária da cidade.
O maquinista Edison Felisbino da Silva, de 33 anos, estava na empresa havia mais de um ano. Familiares contam que o sonho dele era garantir a formação universitária para os dois filhos, uma adolescente de 13 anos e um menino de 7 anos. “Ele queria que os filhos tivessem o estudo que o pai dele não pôde dar, e se formarem professores”, relata a sogra, Craudete Marochil. A mãe de Edison, dona Antônia Felisbino da Silva, disse que ele faleceu no dia do aniversário da neta.
Por meio da assessoria de imprensa, o Grupo Marfrig informou ao G1 que continua prestando assistência às famílias das vítimas do incidente. O curtume mantinha atividades em um turno e empregava cerca de 100 funcionários.
Nesta quarta-feira (1º), a perícia da Polícia Civil, homens do Corpo de Bombeiros e técnicos do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) devem seguir com as vistorias na unidade onde ocorreu o acidente. O delegado de Bataguassu, Pedro Arlei Caravina, disse que esteve no local ontem e acompanhou os trabalhos dos bombeiros. Ele aguarda o resultado dos laudos para a investigação. Nesta quarta-feira, funcionários da empresa serão interrogados, entre eles, um técnico de segurança e um engenheiro químico.
O enterro das duas vítimas em Bataguassu está previsto para as 14 horas (horário de Brasília) no cemitério municipal.
Intoxicados
Segundo o hospital municipal de Bataguassu, os funcionários da empresa que haviam sido internados com sintomas de intoxicação já foram liberados. No total, 28 passaram mal, mas 21 permaneceram no hospital. Deste total, até ontem à noite, oito permaneciam na instituição e foram liberados na manhã desta quarta-feira (1º).
Segundo o hospital municipal de Bataguassu, os funcionários da empresa que haviam sido internados com sintomas de intoxicação já foram liberados. No total, 28 passaram mal, mas 21 permaneceram no hospital. Deste total, até ontem à noite, oito permaneciam na instituição e foram liberados na manhã desta quarta-feira (1º).
A empresa foi multada pela Polícia Militar Ambiental em R$ 1 milhão, em consequência da poluição que causou a morte dos quatro funcionários e intoxicação de 28 pessoas. O G1procurou nesta manhã a empresa, que não se manifestou até por volta das 10h sobre a penalidade. Ontem à noite, o presidente do grupo, Marcos Antonio Molina dos Santos, divulgou nota de pesar. A empresa confirmou que que houve uma reação química decorrente de manipulação de insumos.
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