Câmara-PP adia votação e sindicato ganha força

Reajuste de 6,5% deverá ser votado dia 9 após ausência de vereadores

Sintrapp comemora adiamento de projeto e 

segue com paralisação (Foto: Sérgio Borges/NoFoco)

Mais uma vez a Câmara Municipal de Presidente Prudente atendeu ao pedido do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal (Sintrapp) e adiou a votação do projeto do Executivo que reajusta o salário dos servidores municipais em 6,5%. A proposta seria analisada na tarde desta quinta-feira (29), em sessão extraordinária que foi encerrada pela "grande ausência" dos vereadores; apenas sete compareceram ao plenário. O Portal cobriu a sessão em tempo real.

Cerca de 200 servidores acompanharam os trabalhos dos parlamentares, segundo a contagem da Polícia Militar. A sessão foi marcada com o atraso de alguns vereadores e a ausência de seis deles: Cidinho Lourenção (PSB), Chicão da Maçã (PSB), Alcides Seribeli (PTB), Clóvis de Lima (PR), Reginaldo Nunes (PMDB) e Douglas Kato (PV). De acordo com
Cidão Mendonça (DEM), Kato justificou sua falta por motivos de saúde.

A extraordinária foi Iniciada às 17h16 e suspensa às 17h19 para uma reunião com membros do Sintrapp. O pedido do sindicato era para o adiamento do projeto. "Viemos reivindicar que não coloquem o projeto em votação até porque pode vir retroativo em abril. Pedimos para que possamos atingir nosso objetivo. Trabalhadores já estão sendo perseguidos e ameaçados. A greve é um direito nosso. Vamos aguardar a chegada do prefeito, esperando projeto substitutivo", disse a presidente do Sintrapp, Ana Lúcia de Mattos Flores, aos vereadores.

Após 30 minutos com os sindicalistas, os parlamentares discutiram o pedido a portas fechadas. Às 17h57, a presidente da Casa, Alba Lucena (PTB) decretou o encerramento da sessão alegando a ausência dos parlamentares para a votação do reajuste.

De acordo com a vereadora, a Câmara acompanhará uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para votação do projeto de reajuste, possivelmente até 9 de abril, data-limite. "Nós não tínhamos quórum inicialmente. Tivemos a ausência de seis vereadores e o sindicato sinalizou uma tentativa para uma possível negociação. Nós não determinamos tempo, temos até 9 de abril para votarmos. Temos esse período para aguardar e faremos isso. O que mais pesou hoje foi a ausência dos vereadores", explica Alba.

"Esperamos que na segunda-feira tenhamos a maioria dos vereadores para decidirmos sobre a votação", reforça.

Sintrapp mais forte

A representante sindical acredita que o Sintrapp sai fortalecido após o segundo adiamento de votação. "Nós reivindicamos o direito à luta. Nós conseguimos atingir nossos objetivos. Estão aqui em massa, e não os 2% que a Prefeitura falou. Não queremos que os vereadores votem de forma precipitada o projeto. As pessoas erram, mas porque elas queiram. Acredito que o prefeito [Milton Carlos de Mello] esteve mal assessorado. Acredito que ele vai ter bom senso e avaliar o que o sindicato protocolou. Se os serviços estão prejudicados não é por culpa do servidor. Abrimos negociações desde outubro de 2011", afirma.

"Mesmo que tivesse votado continuaríamos com a greve. Agora há a possibilidade do servidor conquistar um aumento real. Isso fortalece o movimento. Unidos faremos a diferença", avisa Ana Lúcia, lembrando que os servidores permanecerão com a paralisação.