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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Armamento de transportadoras gera insegurança em PP


Foto: Internet
Quem transita pelo Calçadão da Maffei diariamente começou a notar um maior esquema de segurança realizado pelas transportadoras de valores. Atualmente, é comum funcionários de carros-fortes caminharem fortemente armados ao lado de pedestres. Segundo a legislação, as empresas estão agindo corretamente, porém, a medida está gerando insegurança e preocupação na população prudentina.

Segundo apuração do Portal, o emprego de espingardas calibre 12 pelos seguranças teve início após a Prefeitura proibir o trânsito de veículos pelo Calçadão, algo comum antes da reforma do local. Com isso, os carros-fortes que prestam serviços para bancos e lojas da área central precisam estacionar distantes dos pontos de coleta de malotes e, assim, não são cobertos pelas seguradoras em caso de assaltos, fato que gerou o aumento no esquema de segurança das empresas.

O delegado da Polícia Federal (PF) de Prudente, Ronaldo de Góes Carrer, alerta para o risco de segurança e aponta a necessidade da utilização de estacionamentos pelas transportadoras. "O deslocamento a pé potencializa esse risco. E para saber isso não precisa ser especialista em segurança. No Rio de Janeiro, a prefeitura determinou algumas áreas onde os carros podem usar. Lá também houve proibição da circulação de carros-fortes em certos lugares. Mesmo a cidade sendo mais violenta, tem o deslocamento a pé. O correto seria existir a possibilidade de estacionamento", explica.

A PF é responsável pela fiscalização no setor de segurança. "Nós fizemos uma consulta aos companheiros de Brasília sobre o assunto. A legislação não fala em infração. Eles estão agindo de acordo com a lei. Neste caso, é recomendado que faça o uso da espingarda calibre 12", diz Carrer.

Mas, para a população, mesmo sendo legal o uso de armamentos pesados, o fato gera insegurança. "Isso é um perigo, muitas pessoas e crianças circulam aqui. Ontem fizeram [seguranças] a maior fila. Não pedem licença. Muita gente já falou para mim que não pode ficar assim", opina o administrador Roberto Zago, 66.

"Acho muito perigoso. Eles [seguranças] são muito visados e pode sofrer um ataque de bandidos. A gente fica com medo. Com eles circulando entre a gente tem mais perigo", acredita a funcionária pública, Marlene de Souza, 45.

Graciele Pereira Pombolo, 21, é funcionária de uma sorveteria ao lado do Banco do Brasil (BB) e observa a movimentação dos seguranças todos os dias. "Eu acho que a gente corre risco. Antes, quando eles entravam com o carro-forte no Calçadão a gente também se assustava. Eles têm treinamento, mas é muita gente aqui. Imagina um assalto?", questiona.

Já a dona de casa Aurita Monteiro, 53, não vê problemas em caminhar ao lado dos seguranças armados. "Os seguranças têm treinamento para andar com as armas. O risco de algo tem em qualquer lugar. Eles fazem o trabalho deles", diz.

Para o delegado Carrer, é necessária uma discussão entre Prefeitura e empresas para resolver o problema. "O bom é um consenso pensando na população e buscar uma solução, diminuindo os riscos. Tudo isso teria que ser discutido entre prefeitura, bancos e empresas de transporte. Segurança pública é realmente complicada. Mas transitar com malotes pode gerar risco para quem está passando pelo local caso tenha tentativa de roubo", fala.

O secretário municipal de Planejamento, Laércio Alcântara adianta que não existirá diálogo com as empresas. Ele ainda critica a postura do BB em "forçar" a entrada de veículos no Calçadão. "Tive várias reuniões com eles [empresas e banco]. É um desrespeito enorme, tem que deixar fiscal lá. O Banco do Brasil se sente o dono de Prudente. Eles fazem pressão, mas a Prefeitura não tem nada a ver com o banco e o problema de logística; a responsabilidade é deles. A Caixa, Santander e Bradesco não reclamam", pontua.

"Era uma antiga reivindicação dos lojistas e população. Eles não acreditaram que a Prefeitura iria tomar a decisão de impedir trânsito de veículos no Calçadão. Empresas já foram multadas. Eles não vão entrar no Calçadão", garante.

Outro lado

Única empresa a responder, a Protege, por meio de sua assessoria, afirmou que não poderia participar da pauta alegando que a Associação Brasileira das Empresas de Transporte de Valores (ABTV) trataria sobre a questão. A ABTV não se manifestou até o fechamento da matéria após várias tentativas da reportagem. Nenhum responsável pelo BB foi localizado para comentar o assunto.
 

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